25 abril 2020

Olá, leitores!

Tenho um novo site chamado Teologia & Beleza. Quer entender por que parei de escrever neste blog? Continue lendo.

Desde o início, este blog teve mais postagens políticas que de qualquer outro assunto. Eu sentia que era necessário. Tivemos 14 anos de PT no poder, com resultados drásticos para a política, a economia, a cultura, a saúde e a educação. Pouco antes de abrir este espaço, passei por um período muito intenso de desconstrução de tudo o que a esquerda totalitária fez entranhar no país, e quis ajudar outros irmãos a abrir os olhos também. Mas vez por outra eu dizia que era uma fase, pois política nunca foi meu tema preferido.

Pois é, nos últimos anos essa fase foi passando. As postagens rarearam até parar completamente, justo com a eleição do presidente Bolsonaro. Tudo o que penso sobre ele está registrado aqui — lembrando que tenho a consciência limpa de não ter fomentado idolatria à sua figura nem desprezo à sua imagem (que é uma idolatria de sinal trocado): "Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor" (Jr 17.6).

Acabei me tornando conhecida por tratar de política em uma época em que poucos cristãos levantavam sua voz pública sobre esse tema especificamente. Hoje, há muitos que são bem mais competentes que eu e que têm vocação para essa tarefa. Você não vai encontrar unanimidade entre eles, mas isso é bom, pois significa que a complexidade do cenário aumentou. Não estamos mais lutando na trincheira Democracia x Tirania (na qual infelizmente se afundou nossa vizinha Venezuela). Estamos debatendo sobre o papel adequado de vários segmentos da sociedade dentro e fora do governo. Antes, conservadores e liberais se consideravam um grupo só porque havia muitos poucos; hoje, multiplicaram-se e oferecem seus vários pontos de vista não só em redes sociais, mas em livros, palestras e cursos on-line. O cenário mudou, sim, e mudou para melhor, em relação à circulação mais ventilada de ideias. E isso só foi possível com o fim da era Lula.

Escrevo este texto em plena pandemia de Coronavírus, no dia seguinte à saída de Moro do governo. Muitos que votaram em Bolsonaro se declaram arrependidos. Há muita incerteza quanto ao que virá. Mas, quando olho para trás e vejo de onde saímos, não posso deixar de dizer que Deus vem mexendo na história do Brasil, e mexendo pesado. Para os políticos, está bem mais difícil encobrir falcatruas e conversas esquisitas. Para os que se preocupam com a doutrinação das escolas, o Homeschooling já é uma realidade possível. Para os que têm conteúdo para transmitir, a internet é uma universidade a céu aberto. Esse é nosso grande ganho de hoje — não graças a Olavo, Bolsonaro ou a qualquer outro, mas graças a Deus, que é o verdadeiro Senhor soberano a quem precisamos agradecer e louvar.

Quem crê na Bíblia como a Palavra de Deus não pode esquecer que o fim — o Apocalipse — é a redenção. Novos céus, nova terra. Não provaremos nada parecido com isso enquanto Cristo não voltar. Essa é a esperança verdadeira; todo o resto empalidece.

Estou feliz da vida com meu novo site, que expressa minha vocação real: entender a beleza de Deus, do mundo e de cada um de nós como um todo coeso e harmonioso. Ofereço consultoria de imagem a partir de uma cosmovisão cristã, falo de cultura e todas as formas de arte. Lá eu conto por que demorei para esclarecer essa vocação para mim mesma em primeiro lugar. Não deixem de dar uma olhada!

Deus os abençoe!

29 outubro 2018

Mudança à vista

Décadas de PT nos legaram o sequestro da inteligência brasileira. As universidades foram transformadas em centros de militância e locais de perseguição a oponentes: conservadores, liberais, judeus, cristãos. Não fosse a mão de Deus, nada teria mudado.
Oro hoje para que tenhamos mais liberdade de abençoar este país com nosso estudo dedicado e nosso desejo de compreender as verdades: de Deus, do homem, do mundo. Educar não para formar militantes, mas pessoas capazes de viver conforme essas verdades.
Desde que abri o blog, em 2005, e ao publicar meu livro A mente de Cristo, em 2012, venho instruindo os evangélicos sobre a destruição mental, emocional e espiritual causada pela positivação da ira e da inveja no pensamento politicamente correto.
Enquanto o governo PT roubava, minava o equilíbrio dos três poderes e fazia o contrário do que a Bíblia ordena - punia os bons e incentivava os maus -, dificultava muito o trabalho intelectual da igreja. Éramos solitários (e desprezados) autodidatas.
Com a vitória de Jair Bolsonaro, eu creio que teremos no Brasil uma atmosfera de muito mais liberdade para o progresso e a difusão da cosmovisão cristã, que é bênção para todo o país. Estou alegre e esperançosa. E continuarei orando por nosso presidente.
(publicado originalmente no Twitter)

23 outubro 2018

Um pouquinho de empatia

Vejo que alguns antigos amigos meus de esquerda estão muito magoados porque Bolsonaro disse recentemente que vermelhos serão banidos (ou algo assim).
Primeiro, eu acho que Bolsonaro estava falando de um banimento do poder. Ou seja, da morte política, por meio do voto, dos que tocam o terror no país há mais de dez anos. De "marginais", não deles. Porém, como votam no PT, doem-se por ouvir coisas assim. Não estão acostumados.
O interessante é que, em anos de convivência, pessoal ou internética, eu nunca vi esses mesmos amigos reclamarem de todo tipo de difamação e piada contra direitistas em todo canto. Ora, eu sou cristã de direita - uma aberração em qualquer meio educacional ou profissional de humanas - desde a década de 2000. Pessoas como eu aguentaram caladas muita animosidade, indireta e direta. Eu disse caladas? Aguentamos sorrindo, isso sim. Dando de ombros e continuando a empurrar o carrinho. Eles viram muita coisa, mas ou fizeram cara de paisagem, ou engrossaram o coro, ou nos culparam por não compreenderem como podíamos ser do jeito que éramos.
Eu não gosto da animosidade que se levanta contra vermelhos hoje. Toda unanimidade é burra: seja de esquerda, como anteriormente, seja de direita, como parece formar-se agora. Mas isso tudo pode ser muito educativo e até fomentar uma esquerda realmente aberta ao diálogo. Afinal, quem sabe agora esses amigos desenvolvam um pouquinho de empatia pelos outrora vilipendiados "reaças" (na época do Nelson Rodrigues), "neoliberais" (na época do FHC e do Lula), "coxinhas" (na época do impeachment) e "fascistas" (hoje) expulsos do debate público há décadas, né? Não custa sonhar.
Dê cá a mão, amigo. Bolsonaro te despreza, mas a maioria dos nossos professores e empregadores também nos desprezava... Tamo junto.

18 outubro 2018

Ora desprezados, ora representados

Augustus Nicodemus postou em seu Facebook:
A IPB NÃO ESTAVA LÁ
Várias pessoas tem me perguntado se a IPB (Igreja Presbiteriana do Brasil) está apoiando a candidatura de Fernando Haddad, depois que as mídias veicularam a notícia de um encontro dele com lideranças evangélicas, entre as quais se nomeava os presbiterianos. Somente para esclarecer, a presença de pastores presbiterianos num evento não representa a IPB. A nossa denominação se faz representar somente por seu presidente, Rev. Roberto Brasileiro, que não estava no evento. E mesmo assim, ele precisaria ter a autorização do Supremo Concílio da IPB para manifestar o apoio da IPB a este ou aquele candidato. Portanto, a IPB não estava lá e nem manifestou seu apoio ao citado presidenciável.
Não posso deixar de comentar. Afinal, TODA VEZ a esquerda evangélica faz isso: convoca uns gatos pingados para um evento evidentemente partidário que se apresenta como porta-voz da comunidade inteira. E a mídia noticia como se assim fosse. Resta uma massa silenciosa e chateada porque há décadas é alvo de uma estratégia esquizoide: xingada e desprezada como conservadora fora das eleições, mas de tempos em tempos invocada com orgulho por "representantes" - que nunca pretendeu eleger.
Os devotos de Marx precisam decidir: ou as igrejas tradicionais, como batistas e presbiterianas, são retrógradas e reaças, ou são representadas pela fina flor do progressismo. As duas coisas ao mesmo tempo não dá.

05 outubro 2018

A cegueira do bode

Quando você se une a um grupo meio isolado do restante, com opiniões e cosmovisões muito parecidas, e sobretudo se você não tiver freios cristãos na língua, é muito fácil demonizar, crucificar e matar pessoas no coração. A natureza humana decaída sempre busca acabar com o mal desta forma: incapaz de reconhecê-lo em si, o homem que não se converteu a Cristo o verá sempre no outro, cujo sacrifício lhe parecerá redentor.
É precisamente por isso que Ciro, Marina e outros não conseguem absolutamente enxergar a maldade gigantesca de atribuir ao outro, que faltou ao debate por estar doente e fragilizado, algo como "covardia" ou "oportunismo". Contra o bode expiatório, vale tudo. Mas o mecanismo do bode precisa de consenso para funcionar. Fechados em seus grupos onde é tudo da mesma cor vermelha, esses políticos de fato estão impossibilitados de enxergar - mesmo diante das pesquisas - que a grande maioria da população não partilha do ódio ao mesmo objeto. Por isso se sentem tão à vontade para malhar seu Judas, empastelando mais ainda a imagem já negativa que têm junto à maioria.

25 setembro 2018

Por que provavelmente votarei em Bolsonaro

Sou humana o suficiente para admitir: há duas coisas que inclinam minhas simpatias a Bolsonaro. A primeira, que já expus algumas vezes no Facebook, é o fato de que a pior parcela da esquerda brasileira - essa esquerda odienta que se acha a reserva moral do país, tem os bolsos cheios de privilégios estatais, nunca admite seus erros e jamais ergue a voz contra as injustiças do socialismo no mundo - o escolheu para bode expiatório. Essa unanimidade, para mim, quase positiviza o candidato. A segunda foi a facada que ele recebeu, confirmando-o como catalisador de fúria criminosa e tornando-o objeto da mais doída compaixão.
Porém, toda essa carga emotiva resultante do bode e da faca não pode nos fazer esquecer que, de certa forma, Bolsonaro na cadeira presidencial é uma caixinha de surpresas. Não sabemos qual tendência sua vai prevalecer: se a autoritária, que lhe valeu a má fama ao longo dos anos, ou se a que parece mas humilde, quando expressa abertamente sua ignorância ou recorre a Paulo Guedes sobre economia. De um jeito ou de outro, ele se mostra ainda o único a colocar o dedo insistente nas mazelas tão impronunciáveis pela galera do "ele não" quanto seu nome: violência, corrupção, impunidade, impostos excessivos. A ira que demonstra no semblante carregado muitas vezes se dirigiu aos alvos corretos - enquanto não deixa de ser patético que o chuchu Alckmin e a afável Marina coloquem de lado sua doçura comum para unirem-se aos furiosos sacrificadores nesta reta final de campanha.
A grande questão, para mim, é: arrisco o voto, mesmo sabendo que o autoritarismo bolsonariano pode ser uma ameaça velada prestes a explodir na primeira oportunidade? Ou arrisco a democracia ao permitir que o PT volte ao poder na figura do Haddad? No primeiro caso, o conservadorismo (ou uma sombra disso) receberá uma chance que dificilmente se repetirá após este mandato. No segundo... bem, no segundo, é muito provável que sequer haja país em que se possa votar livremente.
Diante de tudo isso, não parece haver melhor opção que o 17. Sigo com essa ideia, ao mesmo tempo em que oro todos os dias para que Deus socorra o nosso Brasil.

09 julho 2018

Aventura

Às vezes, a gente sofre por um determinado pecado por muito tempo, chorando e aprofundando o arrependimento diante de Deus, até que finalmente o vence - ou, pelo menos, chega a um ponto em que não enfia o pé na jaca toda vez. Ufa!
Mas aí, passa por um período esquisito em que é difícil lembrar de novos pecados no momento da confissão, no culto de domingo, porque estava tão concentrada "naquele" pecado que os outros se tornaram pequenos demais no campo de visão.
Então, a gente toma coragem para pedir a Deus que nos faça focar a vista nos pecados que até então estavam ocultos ou pareciam pequenos demais para serem notados. Deus atende, e o ciclo recomeça. E, embora sempre seja sofrido reconhecer pecados, a dor vem acompanhada de uma esperança cada vez mais fortalecida e feliz - afinal, se os pecados anteriores foram vencidos ou neutralizados, por que não este de agora?
A vida cristã é mesmo uma linda aventura.